quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

César Santos: "Vale tudo na Câmara de Mossoró desafia bom senso de vereadores"

Crédito da foto: IlustraçãoVale Tudo não respeita regras
Por César Santos
A Câmara Municipal de Mossoró virou casa de vale tudo, MMA, ringue. Literalmente. Os vereadores Raério Araújo (PRB) e Alex do Frango (PMB) foram às vias de fato. Por pouco eles não viram o plenário de cabeça para baixo.
De sorte, a turma do deixa disso entrou em ação.
A briga entre Raério e Alex do Frango é consequência da crise profunda que vive o Legislativo mossoroense e que só tem se agravado nos últimos dias.
Um grupo de vereadores não reconhece a reeleição da presidente Izabel Montenegro (MDB), que, por sua vez, responde com ataques usando a caneta.
Izabel Montenegro exonerou mais de uma dezena de cargos comissionados indicados pelos vereadores Alex do Frango, João Gentil, Zé Peixeiro, Sandra Rosado, Didi de Arnor, Aline Couto, Genilson Alves e ameaça exonerar ainda mais.
Segundo ela, se administra com aliados.
Agora, os cargos comissionados são da Câmara e a Câmara é formada por 21 vereadores. Se Izabel beneficia uma parte distribuindo os cargos, e condena outra exonerando os indicados, evidentemente que essa Casa vai virar um barril de pólvora, como de fato virou.
O curioso é que depois do pugilismo protagonizado por Raério e Alex do Frango, a presidente Izabel emitiu uma nota conclamando a todos do Poder Legislativo para que baixem as armas, relevem diferenças e usem do bom senso para restaurar a convivência respeitosa entre os contrários, que, segundo ela, deve prevalecer na Casa.
Diz a nota: “Faço um apelo para que questiúnculas internas e pessoais não interfiram nessa grande missão que o povo mossoroense nos delegou de representá-lo na Câmara; que o espírito público prevaleça e nos voltemos às grandes causas de Mossoró. Fomos eleitos para isso.”
Beleza. Mas, como Izabel Montenegro pede para que baixem as armas se a sua arma, no caso a caneta, continua atirando em direção aos que ela considera inimigos na Casa?
Deveria partir de Izabel não uma nota, mas, sim, uma posição de liderança, como o cargo de presidente exige, para governar para todos; e não de forma dividida quando, com as exonerações, estabelece o “nós” contra “eles” e, por consequência, cria um clima de guerra como registrado na segunda-feira, 14.
Ao final de sua nota, Izabel reforça a necessidade de observar Mossoró de forma macro, e não perder tempo e gastar energia com questões internas e secundárias na Câmara. E arremata: “Esse é o chamamento que faço, para que haja união em prol de um trabalho coletivo a favor da população mossoroense."
Certo. Agora, antes de exigir dos seus pares, a presidente precisa fazer a sua parte. Que tal administrar para todos!?

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